Crescer, amadurecer, tornar-se “adulto”, chame como quiser, mas esta é uma das decisões mais complicadas da vida. Imaginar que se chegou a um ponto em que o passado se tornou, literalmente, passado, e que tudo que está por vir é novo e nunca testado é apavorante. O que passou sempre estará lá, te lembrando do seu melhor e do pior, mas ele parece pequeno diante do novo mundo que se abre.
Sempre gostei mais do Ano Novo que do Natal. Na verdade, Ano Novo é minha festividade predileta, e não só por culpa do champagne e dos fogos, e sim pela ideia de poder recomeçar. Na real? Eu morro de medo dessa ideia. O momento da virada é sempre o mais angustiante, é aquele momento que não há mais volta, que tudo mudou de vez. De agora em diante, ano novo, vida nova. Imaginar sua vida toda de novo não é algo fácil, ainda mais quando vem acompanhada de mudanças decisivas. Seja na cor do cabelo, no colégio, ou talvez, uma mudança de Estado. A dúvida de como será o dia seguinte, o medo de errar e não poder corrigir, a mínima ideia de sair da zona de conforto pessoal me tira o chão.
Concluir o Ensino Médio. Caramba, como podem 3 anos de colégio serem tão decisivos na minha vida? Como tem gente que olha e diz “estou calmo”? Ter de abandonar velhos hábitos, assumir novas responsabilidades, conhecer novas pessoas. E se depois eu descobrir que não era o que eu queria? E se eu me decepcionar com a escolha e decidir largar tudo? Pela primeira vez tive uma certeza: vou arriscar.
Só há um jeito de descobrir se eu errei, se acertei, se valeu a pena: pulando de cabeça. Mas pular fundo, sem medo de se afogar, longe da borda e sem bote salva vida. Pular como nunca fiz antes. Talvez, se tudo der certo, eu seja meu próprio bote.