Eu me sento e espero pelo entardecer. São momentos como esse em que vemos como é bela a vida. Em que outra hora veríamos o céu laranja? Durante o amanhecer, ele está vermelho, é quando o céu mostra as marcas da noite. Ao entardecer ele se arrepende pelos erros cometidos no dia. Agora está escurecendo, porém ainda é claro, posso ver os últimos raios de sol no horizonte. A noite está chegando, e o dia vai partindo. Porém, ao entardecer, eles param para conversar. Dois opostos convivendo em perfeita união. O entardecer é a hora mágica, é a hora em que renovamos a nossa esperança: por mais escuro que esteja, o sol há de nascer e iluminar meus caminhos, por isso, posso continuar.

Isabella Quaranta

terça-feira, outubro 20, 2009

À espera do entardecer - Capítulo 2: Turbulência

Oiii people! Tudo bom? Como foi a semana.
A minha foi um saco, provas, provas e aulas a tarde agora! Eu mereço...
Consegui, por algum milagre, digitar o capítulo 2 e ter umas super ideias para os próximos.
Pois bem, sem mais delongas, espero que vocês gostem desse capítulo, eu me diverti escrevendo.

cap. 2 - turbulência

Ainda não acredito que hoje não vai ter aula. O colégio falou algo sobre suspender temporariamente por causa de uma rachadura na estrutura do prédio. Sei... Até parece que um colégio em que os pais pagam uma fortuna para seus filhos estudarem vai ter de fechar por causa de uma rachadura! Sem contar que misteriosamente, papai decidiu ir hoje para França, faltando dois dias para o meu aniversário, aproveitando a falta de aula. Que seja. Pelo menos não vou ter de encarar uma prova de química, nem aquela bruxa da professora de física.

Partimos em direção ao aeroporto, o motorista nos deixou na entrada e nos desejou boa viagem. Que estranho, normalmente somos seguidos até lá dentro pelo motorista e um zilhão de seguranças. Afinal, meu pai é o cara. Tudo bem, pelo menos, assim eu me sinto um pouco mais normal. Sem todos aqueles olhos virados para nós. Afinal, quantas pessoas não fazem à mínima ideia de quem é o Primeiro Ministro? Pela reação (ou a falta dela) de todos no salão do aeroporto, não são poucas. Eu até consigo me achar igual a todo mundo.

Aeroportos me dão uma sensação de hospital: várias pessoas sentadas, com caras nada animadas, algumas cansadas, outras parecem estar com medo. Também tem aqueles que estão super empolgados (no hospital seria a turma do ultrassom) que ficam gritando e sorrindo pra tudo e pra todos. E todas elas parecem estar ali por um propósito: esperar uma voz anunciar algo, para dar-lhes uma esperança de que tudo irá correr bem, e que chegarão a tempo, ou, talvez elas entrem naquela cabine e nunca mais voltem.

Eu sei que isso é paranóico e mórbido, mas é a mais pura verdade. Não me importa que a verdade seja assim, pois aqui eu falarei a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade. Vale constar que eu falo isso segurando com a mão direita HP & as Relíquias da Morte. E pela mão de Santa JK eu irei cumprir minha vontade de não mentir, não que eu vá ser punida ou algo assim, é que mentir para si mesmo é abominável demais para mim. A não ser, claro, que seja em um caso de extrema urgência (como meu pai querendo saber o que eu fui fazer na festa de 16 anos de Sue Charleston com um balde de tinta vermelha. Claro que eu disse que ia deixar lá porque o pai dela pediu. Era melhor do que explicar que eu queria jogar nela ou dizer que fui lá porque a casa dela tava meio sem cor).

Se o voo estiver no horário, eu devo entrar na roleta russa (vulgo avião) daqui a vinte minutos. Logo, a voz macabra que vem de não se sabe onde e de não se sabe quem daqui a pouco vai avisar que eu devo ir para a sala de embarque. Eu não tenho medo de aviões, eu tenho PAVOR. Eu simplesmente me tremo toda na decolagem e na aterrissagem, e se, por acaso, acontecer alguma turbulência ou coisa parecida, eu desmaio – mas desmaio mesmo, eu perco os sentidos e tudo mais. Podem até dizer que isso é frescura, mas a média de acidentes aéreos é entorno de 110 por ano, e eu não quero fazer parte desse número.

Não entendo por que raios o ser humano foi inventar coisas para voar. Pra mim, isso é complexo de inferioridade, inveja de passarinho. Eu prefiro viajar de trem ou de navio. Demora mais, mas é mais seguro. Pelo menos eu sei nadar, o que faz o mar não ser um problema tão grande para mim. Mas o detalhe é que eu AINDA não sei voar. Sabe, pretendo entrar num curso de como virar Super-Mulher, só não encontrei um ainda. Mas pretendo aprender, nem que seja por conta própria, até os 18 anos. Não deve ser tão difícil, se Clark Kent consegue, porque em não consigo? O fato de Clark ser de outro planeta é apenas mais um fato insignificante.

- Filha? – chamou-me meu pai – Vamos. O embarque está autorizado.

- Ah, tá bom. – tensão, estresse, nervosismo, frio na barriga, desespero, pavor, medo. Eu prefiro resolver uma prova de matemática sem saber nada do assunto que passar por isso, é como se toda a energia do meu corpo estivesse saindo. Toda a minha vida, a partir de agora, depende das condições físicas e mentais do piloto, aliadas com as condições climáticas estarem favoráveis durante todo o percurso.

Logo que entro no avião percebo que meu pai teve o bom senso de nos colocar na primeira classe, seria típico dele se fossemos na classe econômica. Havia poucas pessoas por lá. Vejo alguns rostos famosos: Hugh Grant, Clive Owen, Jude Law, Emma Watson, Kate Blanchett, Orlando Bloom e Johnny Depp. JOHNNY DEPP!! Aimeudeus! Eu vou ter um ataque. Vou morrer nesse voo, é sério. Isso ta parecendo aquele voo de Premonição (o primeiro) em que tudo parece perfeito (e ponha perfeito nisso – JOHNNY DEPP ESTÁ AQUI!) e depois o avião vai pelos ares (literalmente). Vamos fazer pensamentos positivos. Pensar em como o Depp é lindo e como ele está próximo a mim e como eu poderia cheirar seu cabelo agora mesmo. Tá, parei. Sento finalmente na minha cadeira com meu pai ao lado. DEPP ESTÁ NA CADEIRA À FRENTE!

- Senhores passageiros aqui é o comandante – eu paro de prestar atenção. O avião vai levantar voo. Aimeudeus. Eu estou com medo. Muito medo. Isso não pode estar certo. Eu vi o Johnny Depp, algo só pode estar errado. Minha sorte não é algo assim.

Como era de se esperar, minha sorte é algo que impressiona até a mais azarada das pessoas, quando tudo parece bem o céu decide “lavar” o avião. Começou a chover nos primeiros 20 minutos de voo e ficou assim durante toda a viagem – pelo menos o tempo que eu estive ciente, estava chuvendo. E para o meu desespero (ou minha sorte) eu senti uma “pequena” turbulência e – mesmo não lembrando bulhufas – eu tenho certeza que gritei e depois devo ter desmaiado.

- Beka – meu pai me chama – acorde filha. Já chegamos.

Eu me levanto, sinto como se tivesse caído do alto de um prédio de 40 andares, meu corpo todo dói. Mas mesmo assim me forço a falar a primeira coisa que me vem à cabeça:

- Estamos mortos? Presos numa ilha com alguns sobreviventes? Dentro de uma prisão de segurança máxima?

- Não – sinto que meu pai está segurando uma risada – Estamos no aeroporto de Paris. Acabamos de chegar inteiros. Você desmaiou...

- Como assim? – interrompo meu pai.

- Houve uma turbulência quase insignificante e você começou a gritar que iríamos todos morrer e depois gritou por mais dois minutos, aí eu fui acalmá-la, mas você desmaiou.

- Desculpe-me – Claro, eu tinha de fazer escândalo. E Johnny Depp viu meu piti! Ai, que horror! Eu quero me esconder já!

- Que nada! Vamos, temos de pegar nossas coisas.

Vou ao banheiro enquanto meu pai pega as malas. E, por milagre, a Jenna parece estar menor. O que houve eu não sei, mas eu fique ressentida, acho que sinto falta dela. É estranho olhar para baixo e não ver aquela protuberância na minha bochecha esquerda. E isso me faz lembrar que no lado direito eu levei um beijo de Luke Clanchett! Se bem que a Jenna ainda existe, ela só não cobre totalmente meu campo de visão como antes. Saio do banheiro e encontro meu pai, em silêncio nós caminhamos para o carro que nos esperava lá fora. No geral, a viagem foi tranquila, levando em conta que eu desmaiei nos primeiros minutos de voo.

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Já não chega ter de aturar duas horas no voo para a Itália, fora o tempo do trem que levamos até chegarmos a Sicília, ainda tenho de aturar voltar a Londres para, aí sim, ir para Paris. Eu posso tentar fugir daqui quando o avião pousou em Londres.

- Filho, nem pense em fugir. – aparentemente meu pai previu minha tentativa de fuga antes de poder colocá-la em prática – Eu já falei com os comissários e eles vão lhe segurar caso tente algo.

- Então porque o senhor foi decidir vir de avião, e não de jato? – haha!, quero ver ele responde essa. Faço uma cara de desprezo enquanto pergunto que acho que eu espancaria se alguém fizesse isso pra mim.

Meu pai em resposta me sorri e vira a cara. Acabo de ser ignorado totalmente. Daqui a duas horas devemos estar em Londres. Vou dormir para passar o tempo. Preparo meu iPod tocando U2 e coloco pra tentar dormir.

- JP já estamos em Londres. Vamos só esperar o embarque. – meu pai me acorda carinhosamente, adoro ver o embarque da sala de espera da primeira classe.

Novamente as pessoas começam a entrar. A reação delas é tão incrível que me impressiona. É tão deprimente as caras de pânico que esse grupo passa durante o embarque. Prefiro quando são grupos escolares embarcando, são tão felizes e barulhentos. Bom, tirando a parte do “barulhentos” eu gosto.

Agora mesmo, acabou de entrar uma garota que parecia que estava marcada parar morrer e se encaminhava para o corredor da morte para chegar à cadeira elétrica. Sua face era branca, muito branca, meio sem vida, ela tem cabelos ondulados castanhos, um pouco abaixo da altura do queixo. Era perfeitamente simétrico com o rosto dela, se fosse maior pareceria que ela era gorda e se fosse menor ia ficar muito masculino. Ela é bonita, ignorando (claro) o fato de ela estar com uma espinha que parece o King Kong na cara dela. Talvez eu nunca mais a veja, mas esse dois minutos olhando para sua linda face que demonstrava o total desespero valeram à pena.

90% dos desesperados que entraram nesse voo são famosos. Dizem que eles são fortes, corajosos e tal. Mas só se for nos filmes, porque todos estão tão apavorados quanto a garota. Decido virar de lado e voltar a sonha com minha bela virgem de cabelos vermelhos esvoaçantes.

20 minutos de vôo e eu acordo com gritos. A bela desesperada se mostrou paranóica também. O avião deu uma leve tremidinha, uma pessoa normal não perceberia muito. Ela não. A louca começou a gritar que todos iam morrer. Isso deu início a um pandemônio. Era bebê chorando de um lado, idosos rezando do outro, crianças gritavam aqueles gritos agudos que saem durante o choro, os atores se tremendo (mas sem perder a pose), e eu comecei a torcer que realmente o avião caísse, assim pelo menos eu teria paz. Ela é muito estranha, eu gostei. Não que eu seja do tipo exigente, é que to cansado de meninas iguais.

Meu pai saiu da cadeira e foi falar com o pai, ou supervisor, ou tio, ou namorado dela. Se bem que se fosse namorado, seria muito estranho. Não quero nem pensar nisso. Quando ele voltar pra cá, eu recolho informações sobre o assunto. Passam-se uns dois minutos e ele volta.

- Aiii, a idade ainda acabará comigo. – papai é o rei das piadinhas infames.

Ele se senta no seu lugar e, desagradavelmente, pisa no meu pé enquanto faz isso. O impressionante é que cadeiras da primeira classe dão espaço o suficiente para esses infortúnios não acontecerem, mas meu pai consegue burlar tudo isso e acertar meu pé em cheio.

- Pai. – falo tentando soar simpático e para parecer que meu pé NÃO está doendo.

- Diga JP. – ele sorri como se não soubesse que tinha pisado no meu pé.

- Quem são aquelas pessoas que o senhor acabou de falar? – eu me forço a não mostrar interesse, mesmo estando muito curioso, e principalmente, torcendo que eles não sejam namorados.

- Aqueles? – ele aponta para os dois ditos cujos dos quais me referia. Eu confirmo com a cabeça e meu pai continua - Aquele é o primeiro-ministro, David Laurevan, e a senhorita é sua bela filha, Rebecca Laurevan.

Ainda bem, ela é a filha dele... E ele é SOMENTE o primeiro-ministro! Ela parece tão... tão... sem graça pra ser a do CARA! Que menina estranha, ela deve viver viajando (ou não) e mesmo assim parece que está viajando pela primeira vez. Ridícula. Eu gostei ainda mais dela. Sei lá, ela parece ter personalidade. Qual a ligação entre medo e personalidade? Não tenho a mínima ideia, é só um pressentimento.

- Jean Patrick? – perguntou-me uma voz grave ao meu lado. Eu me levantei e virei para ver quem era e, adivinha – Meu nome é David Laurevan, sou um amigo do seu pai.

- É um enorme prazer conhecê-lo. – Eu me levanto e falo meio desconcertado. Onde foi parar meu pai, ele sempre some assim do nada! Ainda mais na hora que o cara mais importante da Inglaterra (fora, talvez, Sir Paul McCartney) está puxando papo comigo.

- O prazer é todo meu! Pode se sentar. – vendo que eu não ia fazer isso com ele ali ele insiste – Por Favor, não se incomode. – eu me sento - Seu pai já havia me falado muito de você. Se não me engano, você faz aniversário depois de amanhã, é isso meu jovem?

- Ah... Bem... É sim, farei 15 anos. – minha vida foi narrada para o primeiro-ministro. O que mais meu pai contou? Que eu fazia xixi na cama até os nove anos?! Eu não devia ter falado isso. Tomara que não, porque isso não vem ao caso.

- Que interessante! Minha filha faz aniversário de 15 anos nesse mesmo dia. Se não fosse pelo fato de ela estar desmaiada, eu teria apresentado-a a você. – ele olha para a cadeira ao lado de onde ele estava sentando anteriormente – antes de vir querer ser meu novo amiguinho – com um leve ar de preocupação.

- Não se incomode com isso – digo sentindo meu rosto queimar. Mas não seria ruim se ela estivesse acordada.

- Senhores passageiros – informa a voz distorcida do piloto – O avião vou roubado e estamos partindo para o Havaí – ok, ele não falou isso. Mas seria bom se tivesse acontecido. - dentro de minutos estaremos pousando no aeroporto internacional Charles de Gaulle em Paris. Por favor, permaneçam sentados, com os cintos afivelados e os assentos na posição vertical.

- Acho melhor eu voltar para o meu lugar. Espero que nos vejamos mais vezes. – diz o ministro dando um tapinha no meu ombro.

- Eu também – e sorrio simpaticamente.

“Misteriosamente” meu pai saindo do banheiro. E logo atrás dele uma jovem... Prefiro não imaginar o que ela estava fazendo ali com meu pai. É perturbador demais para minha mente inocente de 15 anos. O ministro já estava em seu assento, então ele segura a mão de sua filha durante o pouso. A garota ainda está desmaiada, mas aquele ar de serenidade que normalmente se tem durante o sono, está substituído por um leve pavor.

- E aí, como foi o papo com o primeiro-ministro? – lá vem ele com essas perguntas unidas ao sorriso inocente super falso.

- Foi bom. O que você anda falando de mim para as pessoas? – não consigo evitar, sou muito direto com meu pai.

- Nada demais... Só que você é um filho maravilhoso, não me dá trabalho, é meio independente e... – ele cochinha algo em tom inaudível por mim. Acho que prefiro assim.

Finalmente, pousamos. A linda louca, Rebecca, acordou assustada, parecia não se lembrar de nada e estar confusa. Eu nunca gostei de aeroportos, me lembram hospitais. E o desembarque é tão monótono quanto o embarque (e as mesmas caras de pânico). Porque nunca tem show para os que acabaram de chegar da primeira classe? O máximo que vejo são os mímicos do lado de fora do aeroporto de Paris entretendo um grupo de turistas japoneses e suas câmeras gigantes.

Estamos indo para o hotel agora, nossas coisas já estão lá, vieram de jato, direto da Itália (bem que eu podia ter vindo em uma mala junto com as coisas). Acho que vou chegar ao hotel e dormir, estou exausto. Quando finalmente chegamos ao salão do hotel, meu pai me manda indo na frente, ele “precisa resolver alguns negócios”. Que seja, vou dormir e sonhar com a minha virgem dos cabelos esvoaçantes.

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Acho que vou direto para a cama assim que chegar ao hotel. Posso até ter dormido (melhor dizendo, desmaiado) no avião, mas estou acabada. Não sei como eu ainda estou de pé, parece que 300 martelos estão em movimento continuo na minha cabeça e eu carrego três caminhões de cinco toneladas nas costas. Estamos quase chegando ao hotel, e eu estou caindo de sono.

O carro finalmente para, depois de uns 10 minutos rodando (assim como minha cabeça), na frente do hotel. Eu e meu pai agradecemos, ele paga o valor enquanto eu vou indo para o saguão principal. Um cara pergunta onde estão minhas coisas e eu aponto para o carro. Ele vai até lá e ajuda meu pai a tirar de dentro do porta-malas. Papai vai para o guichê para fazer o Check In e pegar um quarto, e eu vou sentar nos sofás confortáveis da enorme recepção, esperando meu pai entregar-me a chave do quarto. Antes de ir eu lembro a ele uma coisa:

- Pai, lembre-se: tem de ter janela virada para o Leste – gosto de ver o raiar do sol. Do contrário, eu acordo mal-humorada, isso se eu acordar. É frescura, eu sei.

- Claro, filha! Hey! Olha quem está ali! – papai tem amigos nos quatro cantos do mundo... Ele deve ter encontrado um deles. – Como vai Pierre?

- David! Tudo bem. Como foi a viagem do avião para cá? – fala um cara ao lado da mesa de Check In.

- Foi ótima, deixe-me lhe apresentar minha filha, Rebecca. – ele me puxa para perto.

- É um prazer Rebecca. – Diz o tal de Pierre.

- O prazer é meu.

- Você deu um baita susto em todos nós no avião. – vou morrer de vergonha se continuar assim...

- Hehe – rio sem graça. – Acho que vou subindo, qual é o apartamento? – papai já está saindo do guichê do Check In.

- 2702 querida. – diz meu pai e me entrega a chave. – As malas já devem estar lá em cima.

Ótimo, vou tomar um bom banho e cair na cama. Hoje mais do que nunca preciso de Morfeu e seu pó do sono. Esses hotéis que ficamos são muito bons, no geral. A comida e as camas são o que eu mais gosto. As banheiras de hidromassagem com óleos aromáticos e televisão na frente também é muito útil. Acho que esses são os únicos motivos por eu gostar tanto de viajar com meu pai. Ah, e pelo fato dele me proteger das câmeras. Até hoje, nenhum fotógrafo faz ideia de quem eu seja ou se o primeiro ministro tem filha, esse é o maior segredo dele. O maior mistério é como ele conseguiu esconder isso da imprensa. Tipo: A IMPRENSA SEMPRE SABE DE TUDO!

Vou para o elevador. Tem um menino ali esperando o elevador também. Nossa! Como ele é lindo. Ele me olha como se estivesse surpreso e contendo um riso. Que desagradável. O elevador finalmente chega. Eu entro e depois ele entra. Além de lindo é educado, pelo menos tem noção de educação. Ai ai senhor, controle-me. Assim que a porta do elevador fecha e se passa três andares, ele ri e fala comigo.

- Você não vai gritar que vamos morrer? Estamos subindo, caso não saiba. – isso não vale! O mundo todo tava naquele voo e só eu não sabia. Ele parece entretido com a minha cara de pânico.

Eu não consigo achar palavras para falar algo. Estou nervosa encarando os andares passando. Esqueci de apertar o botão do andar. Como sou burra! Olho para o painel e aperto o 27 (que já estava apertado). Droga... Além de tudo ele é do mesmo andar que eu. O que houve comigo? Normalmente eu não sou tão azarada.

- Jean Patrick Lasteff, as suas ordens. – Cumprimenta ele com uma reverência daquelas medievais. Demente.

- Rebecca Laurevan. – falo com um rápido sorriso e depois volto a abaixar minha cabeça para esconder a vergonha que estou sentindo agora.

- Então... Você faz aniversário depois de amanhã, não é? – COMO ELE SABE DISSO? Acho que ele reparou minha surpresa e continuou a falar – Seu pai me falou um pouco de você enquanto nós conversávamos um pouco no avião.

Maravilha! Meu pai agora fica dando o meu currículo a todo menino bonitão, com corpo perfeito, olhos verdes estonteantes que passa! Aleluia, o elevador chegou. Eu saio primeiro, depois ele sai, rindo.

- Foi um prazer, Rebecca. – diz indo para um lado.

- Ah, é... – digo eu com o rosto parece pegar fogo indo para o lado oposto.

Chego à porta do 2702, abro-a com rapidez, entro e caio na cama, feito pedra. Eu faria de tudo para esquecer tudo que aconteceu hoje.

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Capítulo reescrito e postado dia 16 de julho de 2010.

Siga para o capítulo 3 >>

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