Eu me sento e espero pelo entardecer. São momentos como esse em que vemos como é bela a vida. Em que outra hora veríamos o céu laranja? Durante o amanhecer, ele está vermelho, é quando o céu mostra as marcas da noite. Ao entardecer ele se arrepende pelos erros cometidos no dia. Agora está escurecendo, porém ainda é claro, posso ver os últimos raios de sol no horizonte. A noite está chegando, e o dia vai partindo. Porém, ao entardecer, eles param para conversar. Dois opostos convivendo em perfeita união. O entardecer é a hora mágica, é a hora em que renovamos a nossa esperança: por mais escuro que esteja, o sol há de nascer e iluminar meus caminhos, por isso, posso continuar.

Isabella Quaranta

sexta-feira, março 05, 2010

Entre aspas

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Então ela conclui dizendo: Abre aspas. Todos os alunos da sala a encaram, como se esperassem o que vem depois das aspas. Ela os devolve um olhar amoroso, recolhe suas coisas na mesa e parte em direção a porta. Até que um aluno a para no caminho: Professora, o que vem depois das aspas?. Ela sorri para aquele jovem, que mal sabe a beleza das palavras ainda e diz: Isso depende de você. Então continua seu caminho.
Os outros alunos, que ouviram esse curto diálogo trocam olhares de espanto. Todos se perguntavam o que vem depois das aspas. Daí começou um debate sobre o que vai acontecer.
Abre aspas. Duas palavras que podem levar a vários caminhos. O que acontecem entre esse sinal gráfico pode mudar o rumo de tudo que acontecerá no texto. É possível descobrir um novo amor, uma traição, a solução de um mistério. “Eu te amo”, “Eu te odeio”, “Eu quero ficar com você por toda eternidade”, “Ela não resistiu”. Tantos caminhos, tantas possibilidades.
No dia seguinte, quando a professora entra novamente na sala, os alunos não falam nada sobre a aula anterior. Ela coloca suas coisas no birô e pergunta a eles: O que ocorre após as aspas? Os alunos levantam as mãos, loucos para expor suas ideias. Ela calmamente escuta cada uma das opiniões, das mais diversas e únicas opiniões. Depois de muito ouvir, ela responde a curiosidade dos alunos: Ela fala “Adeus”. Todos presentes na sala olham para a professora, alguns, mais sensíveis choram, outros ficam em silêncio e se contentam em olhar para o teto. Mas todos, sem exceção, sentem o peso da escolha daquelas palavras.
Depois daquele dias, aspas nunca foram tão reveladoras e temidas pelos alunos. Todos entenderam a função daquele sinal gráfico, e mais, entenderam sua função na vida, de mudar o curso e trilhar um novo caminho.

Um comentário:

João Uchôa disse...

Muito bom, parabéns Bella. Agora meu sorriso! :)

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