Eu me sento e espero pelo entardecer. São momentos como esse em que vemos como é bela a vida. Em que outra hora veríamos o céu laranja? Durante o amanhecer, ele está vermelho, é quando o céu mostra as marcas da noite. Ao entardecer ele se arrepende pelos erros cometidos no dia. Agora está escurecendo, porém ainda é claro, posso ver os últimos raios de sol no horizonte. A noite está chegando, e o dia vai partindo. Porém, ao entardecer, eles param para conversar. Dois opostos convivendo em perfeita união. O entardecer é a hora mágica, é a hora em que renovamos a nossa esperança: por mais escuro que esteja, o sol há de nascer e iluminar meus caminhos, por isso, posso continuar.

Isabella Quaranta

sexta-feira, abril 02, 2010

A curta vida de um neurônio escrivão

Para minha amiga Patrícia,

quem teve a única ideia de explicar os neurônios escrivães.

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Você, mero mortal que não faz ideia do que seja um neurônio escrivão deve estar se perguntando: Que merda é essa? Bom, caro amigo, neurônios escrivães são pessoinhas que vivem em nossos cérebros e passam o dia anotando toda e qualquer informação que seja necessária e passe pelo cérebro, dessa forma, impedindo que você esqueça das coisas. Quando o fenômeno do “deu branco”, “síndrome de Dori” ou o popular “esqueci!” acontece, se deve ao desgaste desses neurônios que decidiram tirar férias. Hoje nós entenderemos como é a vida e a morte desses neurônio.

Nosso simpático neurônio chama-se Godofredo e ele nos mostrará como tudo acontece dentro do centro escrivão.

Tudo começa com milhares de impulsos.  Quando esses impulsos chegam ao centro escrivão, as informações são divididas pelos neurônios. Os neurônios tem a responsabilidade de classificar as informações por grau de importância. As mais importantes são encaminhadas para o Controle, a zona da chamada memória fixa, ou seja, tudo aquilo que você não vai esquecer tão cedo. Um trauma de infância, por exemplo, fica armazenado lá, assim como seu nome, nome dos seus pais (ou não), o telefone do vizinho(a) bonitão(ona), entre outras coisas. As informações inúteis são arremessadas na Zona Negra, uma área obscura, macabra, negra, estranha e feia do cérebro. Normalmente é lá que é jogado o msn daquele garoto(a) estranho(a) que você conheceu, a aula de matemática,  aquele número de telefone que sua mãe mandou decorar, a lista de compras, coisas como arrumar o quarto, sair de casa, comprar babata, etc. As demais informações ficam engavetadas na sala do chefe. Um cara realmente do mal, que obriga os neurônios a não mandarem informações para ele, ou seja, só tem duas classificações: URGENTE ou INÚTIL. Os pobres neurônios tem uma vida muito oprimida.

Comida – Banheiro – Transmissão de Calor – 2πR – Sono – Casa – Geometria – Fome – Intervalo – Diretoria – Correr – Castigo – Cnidários – Comida – Revista – Casa – TV – Bob Esponja – Banho – Deitar – Sair – Não sair – Ficar – Ligar – Negar – Dormir – Acordar – Jantar – Banho – Dormir – Fim. Essas foram as informações anotadas e repassadas para o Controle por Godofredo. Devemos reconhecer, que como neurônio escrivão em treinamento, ele ainda não sabe dividir o que é importante do que não é, então todas as informações que passaram reto, foram jogadas na Zona Negra.

Quando algo dá errado e uma informação importante é jogada na Zona Negra e precisa-se dela posteriormente, o centro escrivão entra em delírio. Todos, eu disse TODOS os neurônios escrivães se movem para a zona negra e passam a procurar a informação incansavelmente. Eles só saem dali depois de encontrarem a informação. Se ocorrer um fracasso na operação, muito neurônio se matam (como é o caso de Godofredo – o responsável pela informação que foi perdida), e outros decidem sair de férias, se mandar para a medula e viver a vida sobre as ondas de impulsos involuntários.

É por esse razão que ao esquecermos de uma informação, se fizemos muito esforço para lembrá-la, gastando mais de 5 minutos, começamos a esquecemos de outras informações importantes, os neurônios passam a se dedicar somente aquilo e esquecem as demais informações, gerando uma sobrecarna no cérebro, que ocasiona a dor de cabeça.

Infelizmente, não há como reviver um neurônio escrivão. O máximo que pode ser feito é multiplicar os que já existem, o que é fácil. A resposta para a reprodução de um neurônio escrivão é o ócio, a preguiça, o popular “deixar o cérebro em casa”. Esse exercício mental deixa os neurônios mais capacitados, pois permite que eles tirem férias temporárias. Quando tudo voltar ao normal, eles estarão descançados e fortificados e tudo acaba feliz. ÊÊÊÊÊ :)

Um comentário:

Reeh disse...

Nossa, adorei o texto !
A ideia de um neurônio escrivão é ótima !
Imaginei mó repartição no campo da memória ><'

[PS: Achei teu blog pelo post de sugestões no Crônicas, Poesias e muita Porcaria!]

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