Eu me sento e espero pelo entardecer. São momentos como esse em que vemos como é bela a vida. Em que outra hora veríamos o céu laranja? Durante o amanhecer, ele está vermelho, é quando o céu mostra as marcas da noite. Ao entardecer ele se arrepende pelos erros cometidos no dia. Agora está escurecendo, porém ainda é claro, posso ver os últimos raios de sol no horizonte. A noite está chegando, e o dia vai partindo. Porém, ao entardecer, eles param para conversar. Dois opostos convivendo em perfeita união. O entardecer é a hora mágica, é a hora em que renovamos a nossa esperança: por mais escuro que esteja, o sol há de nascer e iluminar meus caminhos, por isso, posso continuar.

Isabella Quaranta

quinta-feira, novembro 26, 2009

À espera do entardecer - Capítulo 5: Conversas

Oooi todos!

Desculpem-me não ter postado ontem como o prometido. É que sabe... assim... fiquei com preguiça! :X
Foi aí que eu decidi começar a ler um bom livro pra comemorar minhas férias. Tô lendo A Menina Que Roubava Livros. Apaixonada totalmente até agora por ele. Espero que me dê inspiração.
Pra quem ainda não viu o novo orkut, é tosco. É tudo que eu tenho a dizer.
Ok, novo cap aí em baixo. Só pra ressaltar COMENTEM, SACO! Sério, to ficando com ódio dessa falta de comentário. Que mal faz clicar naquela coisinha lá em baixo e escrever algo tipo: "gostei." ou "odiei, você devia parar de escrever" ou qualquer coisa. ok?! Beijos, boa leitura.


- Rebecca, - chamou-me Jean Patrick – Você acha que fizemos a coisa certa?

Ele parece realmente preocupado. Nós estamos dentro de um Aston Martin, não qualquer Aston Martin, mas sim um Aston Martin DBS. Dá pra acreditar! Realizei um dos sonhos da minha vida. Bom em partes, o motorista não me deixou dirigir, na verdade eu nem consegui olhar pra cara dele – aquele sortudo de uma figa! -, mas voltando ao que interessa. Estamos indo para algum lugar que não sabemos bem e com um motorista que não mostra a cara por causa do vidro fumê que nos separa dele.

- Acho que sim, - tento não mostrar meu medo enquanto falo – o que mais poderíamos fazer? – e dou-lhe um sorriso amigável.

- É, você está certa. - ele se virou para olhar pela janela do carro.

Nós realmente não temos ideia do que fazemos aqui ou do por que nós estamos juntos. Só sabemos que devíamos ter entrado nesse carro e que não veremos nossos pais mais hoje. Ah, claro. Nós também não podemos pegar sol, se não eu viro uma velha mocréia e ele uma jovem bonitona. Oh, mundo cruel!

O que mais me intriga é que ambos somos pessoas difíceis de fazer amigos (pelo menos é o que ele me disse), mas nós nos demos bem tão rápido. Faz menos de 12 horas – quem estou querendo enganar, não tem nem 4 horas que nos conhecemos! - que nos conhecemos e parece que somos velhos amigos em um reencontro. Eu nunca havia acreditado nessas coisas de destino, você nasce predestinado e coisa e tal, mas acho que eu começo a acreditar. É como se nós fossemos destinados a nos conhecer. Eu me sinto tão bem quando estou perto dele. Talvez eu estivesse incompleta e quando nos conhecemos eu encontrei a parte que faltava em mim.

Ele é sempre tão pensativo e calmo... e lindo. Há pouco tempo, quando ainda estávamos no hotel, ele tinha ido se arrumar. Ele terminou muito antes de mim e ficou me esperando do lado de fora do Hall, não que eu tivesse o mandado ficar lá, ele simplesmente não entrou nem me avisou que estava esperando, me deixou fazer tudo no meu tempo. Isso seria compreensivo se eu não tivesse demorado uma hora e meia para me arrumar.

- Eu gostaria de saber para onde estamos indo. – digo esperando que ele mostre aquele rostinho lindo para mim.

- É, eu também. – nem sinal de que vai virar-se – É só se acalmar e aproveitar a viagem. – agora sim, ele se vira.

Ele parece preocupado. No hotel, ele era mais animado, não falava muito, mas tínhamos conversas de mais de três períodos vindas dele. Alguma coisa está errada, eu tenho de descobrir.

De repente, os vidros começam a ficar escuros. Eu me assusto.

- Deve ser à noite caindo. – ele tenta me deixar tranquila sorrindo carinhosamente. Como alguém pode ser tão lindo, 24 horas por dia.

Noite?! Sei. Deve ser 3 horas da tarde no mais tardar. Ele fica tão lindo quando tenta me acalmar. Mas eu estou muito preocupada para pensar na estonteante beleza que emana da face milimetricamente simétrica de Jean Patrick. É. Muito preocupada. E sonolenta... Preocupada e sonolenta. Eu estou sonolen...ta. AHHHHH. Acho que se eu tirar um cochilo agora não fará nada mal. Afinal, eu acordei cedo e virei uma velha logo de cara. Isso deve contar em algo. Vou me encostar bem quieta aqui e descansar um pouco, não vou incomodar ninguém. E durmo.

QUE LUGAR É ESSE?? Aqui é tudo tão escuro e macabro. Parece que estou em um velho calabouço de um antigo castelo medieval, eu consigo ouvir até os guinchados dos ratos. UUURGH! Tudo que vejo ao meu redor são crucifixos, e algumas tochas. A iluminação é precária, forço minha vista buscando enxergar algo além. Não consigo ver nada. Eu me levanto buscando algo nas paredes. A superfície é suja, sinto o musgo passando pelos meus dedos, além de umas pequenas fendas, parecem tijolos sobrepostos. Realmente, eu estou em um calabouço, não há alternativa. Eu to perdida. E onde foi parar Jean Patrick, ele devia estar aqui com seu cavalo branco para me salvar. Ou pelo menos deveria entrar heroicamente dizendo que me ama e que não viveria sem mim. Escuto passos. Deve ser Jean, ele veio me salvar e se declarar para mim... Não é o London Eye, mas é em condições que colocam minha vida em risco, o que o torna um herói. Levanto-me para ver de onde vêm os passos. Sigo em direção a um local mais iluminado, onde o som é mais forte.

- Olá, minha querida. – diz-me uma mulher que apesar da aparência jovial, sua voz parece carregar o peso de vários anos de existência.

Ela não é Jean Patrick, isso eu tenho certeza. Tenho diante de mim uma mulher meio alta, com cabelos marrons emaranhados e com cachos soltos em todas as direções, eu não podia distinguir se era longo ou curto, pois estava preso de tal maneira a ser indistinguível. Ela tem marcantes olhos negros e um ar de insanidade. Fiquei com medo assim que ela falou comigo, por isso recuei um pouco.

- Não há o que temer, minha criança. Você esta segura aqui. – e me deu um longo sorriso que conseguiu me deixar mais apavorada do que antes.

Ela colocou os braços ao meu redor e me levou através de um corredor escuro que levava a uma sala onde haviam cinco homens, sentados ao redor de uma mesa redonda, jogando – provavelmente – pôquer. Eu não sabia que lugar era aquele, mas me era familiar. Havia muita fumaça no ambiente, e era difícil de respirar, a iluminação também não ajudava, o maior foco de luz era uma velha luminária que ficava próxima a mesa onde acontecia a jogatina. Mesmo assim eu consegui reconhecer dois rostos meio os outros. O primeiro que vi foi o do meu pai, ele estava sentado de frente para a porta pela qual eu entrei. Ele me sorriu calorosamente quando nossos olhos se encontraram, meus olhos brilharam com uma fúria assassina. Controle-se. Finalmente, eu teria minhas respostas. O outro era um amigo do meu pai, o pai de Jean Patrick, é... é...Pierre... Last... Lastof... LASTEFF! Pierre Lasteff, ele estava ao lado do meu pai, e também me sorria. Onde será que se meteu Jean Patrick, ele deveria estar por aqui.

- Filha! Venha cá, meu anjo. – Falou-me papai.

Sem dar muita importância aquela mulher louca ao meu lado eu corro para os braços de meu pai, com uma sensação de alívio. Eu me sentia mais protegida, e segurava a minha fúria assassina.

- Tudo bom, querida? – ele está com um brilho nos olhos que há muito tempo eu não via.

Eu não tenho forças para responder, mesmo querendo apertar seu pescoço eu estou muito feliz por estar com ele. Foi apenas um dia que passamos distantes um do outro, mas mesmo assim, me pareceu uma eternidade. Em resposta a sua pergunta eu aceno com a cabeça positivamente e coloco minha cabeça contra seu ombro. Estou me segurando para não chorar.

- Ótimo. Filha – eu levanto a cabeça – eu sei que você tem muita coisa que deseja saber, mas eu preciso lhe apresentar algumas pessoas. Este é um grande amigo meu de longas datas, Jason Scanavelli. – vejo um homem sentado, que parece ser alto (ou pelo menos o tronco), com cabelos curtos e grisalhos, mas seu rosto não o acusa de ter a idade que se deduz ter. Ele parece ser um padre.

- Olá, minha jovem. – ele faz uma reverência com a cabeça, em sinal de educação eu retribuo a reverência.

Sua área na mesa de pôquer parece ser a com mais fichas de alto valor, ele percebe meu olhar e me sorri.

- É tudo para a paróquia. São tempos difíceis para um eclesiástico, as pessoas estão cada vez menos ligadas à religião. Para poder sustentar esse templo de pregação da palavra Divina, preciso recorrer aos meios mais profanos.

- Fale a verdade, seu padre de uma figa. – disse em tom sarcástico um senhor que até então eu não o via na mesa.

Ele vestia um terno risca de giz e tinha uma barba por fazer pra lá de sexy. Sem contar a tremenda cara de mafioso e o sotaque russo. Não posso esquecer dos enlouquecedores olhos azuis que mais pareciam terem sido pintados de hidrocor. Parece que eu acabei de entrar em uma versão de “O Poderoso Chefão” em que o Marlon Brando é russo, saradão, lindo e maravilhoso e tem um olhar sádico e assassino. Gostei.

- Ele joga porque gosta, mas todo o dinheiro VAI realmente para a paróquia – disse meu pai ressaltando o “vai” para o mafioso – E esse “simpático” senhor que nos deu o prazer de seu comentário é Demitrios Krastoff.

O mafioso sexy, conhecido por Demitrios, resmunga algo que é inaudível a ouvidos humanos.

- Esse é Pablo Dominius. – o local onde meu pai me mostrava estava muito escuro, mais do que toda a sala. Então um vulto se mexe e então eu consigo distinguir uma capa preta cobrindo um homem que está sentado em meio aquela escuridão.

Por um momento em pensei que ele ia tirar o mando e falar com uma respiração ofegante e gélida que vinha de dentro de uma máscara preta que cobria seu rosto: “Becca, eu sou seu pai.”. Foi aí que eu voltei a real, e me lembrei que conheço meu pai, ele estava ao meu lado naquele momento. Sem contar o fato de que aquele cara não é (eu espero) um vilão intergaláctico.

- Pierre você já conhece. – meu pai olha para o pai de Jean Patrick.

- Olá Rebecca. – Ele me sorri.

Acho que já vi mais sorrisos hoje do que vou ver em toda a minha adolescência, ou até mesmo na minha vida.

- Por último, mas não menos importante. Essa amorosa senhora que fez o favor de te acompanhar até aqui é Kristine Bogans. – ele me aponta a mulher macabra que veio comigo.

- Sempre guardamos o melhor para o final – ela poderia ter sido só um pouquinho mais modesta, mas acho que faria mal ao seu ego. - Ela é uma garota maravilhosa Mr. D.

MR.D? COMO ASSIM “MR. D” NINGUÉM CHAMA MEU PAI DE MR. D SEM MEU CONSENTIMENTO, QUEM ELA PENSA QUE É!? Eu devo estar louca ou em uma realidade paralela onde coisas impossíveis podem acontecer e tudo vai contra a razão.

- Filha – meu pai se levanta da cadeira e me olha de forma séria. Oh-ooou, isso não é um bom sinal. – me acompanhe, temos muito o que conversar.

E ele sai da sala. É. Ele sai. Vai embora. Larga-me lá. Como eu tenho medo de todas aquelas pessoas que estão aqui nesta sala, eu acho mais sensato correr atrás do meu pai. E é isso que eu faço, eu bati em retirada. Parecia que eu estava correndo da forca, não fui nada discreta quando olhei para todos ali presentes com um olhar de pânico, como se todos fossem orgs assassinos com duas cabeças e milhões de mãos segurando um machado em cada uma (tirando meu mafioso saradão), e depois fugi. Acho que fui indelicada, mas imagina se eles fossem realmente orgs?

Meu pai me leva para um vão onde há duas portas. Nós entramos na da direita. Eu espero que tudo fique claro agora, ou não sei o que vou fazer.

- Sente-se, tenho muito a lhe contar e eu preciso que mantenha segredo sobre tudo que ouvir nessa sala.

Eu me sento em uma cadeira ali próxima e olho para ele com um olhar atento. E ele começa a narrar uma longa história, que muda todo o significado da minha vida.

x.x.x.x.x.x.x

Eu sabia! Eu sabia que não podia confiar. Como fui tonto em achar que tudo seria explicado se nós entrássemos naquele carro. Aqui está tão escuro. E cheira a mofo. Acho que estou preso no armário de casacos da minha avó. Vou me levantar, tenho de descobrir onde estou. Eu finalmente consigo me levantar e vou andando, tateando pelo local. Tudo que consigo deduzir é que aqui é nojento e que sujei minha mão de musgo. Bem, se aqui é Nárnia, já cheguei na fase da decadência. Ótimo. Estou preso em um lugar escuro e sujo, e pior, sem Rebecca. Onde é que ela foi parar? Será que ela está sofrendo? Eu preciso ajudá-la!

- REBECCA! – eu grito esperando por alguma resposta – REBEEEECCA!

Agora eu estou preocupado. Imaginar Rebecca, aquela garota tonta e desastrada, sozinha em um lugar desses não é nada bom.

Escuto passos.

- Quem está aí? Rebecca é você? – grito próximo a grade da minha cela.

Uma mulher alta e macabra para na diante de mim.

- Desculpe-me decepcioná-lo, mas eu não sou Rebecca. Meu nome é Kristine. – ela tem uma voz pesada, como se tivesse vivido durante muito tempo e sofrido muito, sua aparência discorda disso.

Ela parece nova, mas tem uma expressão de quem guarda rancor. Não que ela seja feia, mas ela também não é bonita. Ela é estranha, melhor dizendo. Tem cabelos amarrados e loucamente arrumados, não sei dizer se são curtos ou não, parece que levou um choque. Kristine, a mulher, me encara com aqueles profundos olhos negros enquanto fico ali, estático.

- Onde está Rebecca? – como sempre, vou direto ao ponto.

- Ela está bem, foi ter uma conversa com seu pai. Calma, logo vocês irão se ver. Agora, por favor, me acompanhe.

Pelo menos Rebecca está bem.

- Acho que não. – respondo petulante – Da última vez que eu confiei em um desconhecido, vim parar em um calabouço fedido, frio e cheio de musgo.

- Ah, isso?! Desculpe-nos a falta de hospitalidade. Normalmente temos estabelecimentos melhores. Mas é difícil achar algo muito bom em uma Igreja do século XII. Só conseguimos calabouços para hospedar vocês. Era isso ou masmorras com aparelhos de tortura como cama. – ela me lança um olhar como se fosse me matar caso eu fizesse outra pergunta. – Agora, quer fazer o favor de me acompanhar? Rebecca não me deu tanto trabalho, será que eu vou ter de sedá-lo novamente?

Eu fui sedado para entrar aqui?! Nossa, que radicais. O jeito que ela falou isso me fez achar que ela realmente me mataria se eu não a acompanhasse. Fui escoltado até a cúpula da Igreja em que nos encontrávamos. Lá estava um padre, um cada de terno e ar de mafioso e meu pai. MEU PAI?! O que ele está fazendo aqui?

- JP! Filho! Vem cá! – gritou meu pai, chamando-me a atenção. Ele deve pensar que eu não o vi. Coitado, não reparou meu estado de choque e ainda por cima pensa que eu vou meio cego. Meu pai não me da credibilidade nenhuma.

Eu não me movi. Eu queria ir até meu pai, mas meus pés se negavam em sair do lugar, foi involuntário. Aí a bruxa louca me deu um “empurrãozinho”, que na verdade foi um daqueles de tirar o cérebro do lugar.

- Ah, claro. – meio tonto eu vou indo para o local onde meu pai se encontrava, na frente do altar.

À medida que eu vou me aproximando percebo que meu pai está com um corte no queixo.

- Não foi nada – às vezes acho que meu pai lê mentes. – Como foi o dia?

- Bom. Que horas são?

- Sete e meia da noite.

- Por quanto tempo eu dormi?

- Umas três ou quatro horas.

- Onde está Rebecca?

- Que garotinho mais chato! – Disse o mafioso que eu vi no início – Você não está querendo saber coisas de mais, garoto? Vá com calma. – ele riu de forma que me irritou profundamente. Quase como se eu fosse uma criança de cinco anos que quer entender como o céu é azul e o motivo de não poder explodir alguns carro para testar as misturas que fez.

Foi aí que eu reparei todas as pessoas que estavam ali. Havia meu pai, o mafioso, um padre, a bruxa louca, eu e um cara muito estranho com uma capa que cobria seu rosto. Por um momento eu achei que ele ia tirar um sabre de luz vermelha de dentro da capa e lutar comigo. Não, isso não iria acontecer. Pelo menos por enquanto.

- Filho estes são Jason Scavanelli, Demitrios Krastoff e Pablo Dominius. – disse meu pai apontando para o padre, o mafioso e o vilão intergaláctico, respectivamente. – E esta adorável senhorita que lhe deu o prazer de sua companhia até aqui é Kristine Bogans.

Adorável? Desde quando uma bruxa que parece ter saído de um conto de fadas é adorável? E que prazer que ela me deu em me acompanhar até aqui? Acho que comecei a ter medo do escuro após vê-la.

- Eu já havia me apresentado, Pipe. – disse a bruxa com um tom amigável que nunca teriam saído daquela boca assustadora. – Ele é muito simpático. Conversamos bastante.

PIPE? QUE RAIOS DE MUNDO É ESSE? A louca chamou meu pai de Pipe com a maior naturalidade! Ela me encarava como se fosse me matar caso eu discordasse de algo.

- Maravilha. Agora que você já conheceu todos os meus amigos, podemos nos retirar.

- Amigos? E desde quando você anda com gente desse tipo? – acho que isso saiu sem eu pensar.

- É melhor você começar a ponderar melhor as palavras, rapazinho. – brandiu se levantando e estalando os dedos o mafioso – Ou você irá ver como se ensina boas maneiras de onde eu venho.

- Acalme-se Demitrios. – disse o padre.

- Se você não fosse tão importante, eu tinha te quebrado a cara agora mesmo. – continuou em tom ameaçador Demitrios, o mafioso.

- Já chega. – gritou realmente furioso o padre – Pipe, leve seu filho daqui, vão para o porão, lá vocês poderão conversar.

Meu pai concordou com a cabeça.

- Venha JP. – ele simplesmente se levantou e foi caminhando para fora dali.

Em silêncio eu cumprimentei as pessoas que estavam ali e me retirei. Estava muito ansioso para saber o que meu pai queria me contar. Mesmo assim, nada havia prendido mais a minha atenção do que as palavras de Demitrios. Por que será que eu sou tão importante? Duas vezes eu tentei iniciar uma pergunta e meu pai me respondeu que não era a melhor hora para isso.

- Chegamos. – ele diz finalmente.

A iluminação era precária, de alguma forma, no momento em que entramos no lugar várias luzes se acenderam. Estamos dentro de uma cela, parecida com a que eu estava. Meu pai se dirigiu a parede do fundo da cela. A parede tinha tijolos muito velhos e castigados pelo tempo.

- Aqui? – falo com descrença.

- Onde eu deixei aquela chave?

Ele puxa um tijolo e tira de dentro do vão aberto uma chave dourada que parece ter mais de 300 anos. Ele recoloca o tijolo no lugar e, 12 tijolos para a direita três filas abaixo, ele retira outro tijolo. No buraco aberto havia um espaço para colocar uma chave. Meu pai – Pipe para os íntimos - fez como era de se imaginar, mesmo sendo meio ilógico que houvesse um buraco para chave em uma parede dentro de uma antiga Igreja. Assim que ele girou a chave a parede se abriu como uma porta. Ele devolveu a chave ao local de onde havia retirado: nona fila em relação ao teto, quarto tijolo à esquerda.

- Entre. – disse meu pai me mostrando um quarto escuro que ficava atrás da “porta”.

O obedeci sem nem questionar. No momento em que meus pés tocaram o chão do quarto, vários candelabros se acenderam e tudo ficou bem iluminado; parecia outro ambiente. Espera a ter eu falar com Rebecca sobre isso...

- Filho, o que você ver e ouvir aqui, deve ficar em segredo. Rebecca está tendo a mesma conversa com o pai dela.

Eu tenho certeza que meu pai lê a minha mente algumas vezes ou isso, ou eu sou muito fácil de interpretar.

- É de extrema importância que você preste atenção em tudo que eu vou lhe falar. Seu futuro depende de como você vai encarar o presente e do seu entendimento do passado.

Eu não consegui falar nada, tudo que eu fazia era encarar meu pai em silêncio. Mesmo sendo iluminado, o local mantinha um ar mórbido e antigo. Parece que várias gerações já passaram por aqui. Meu pai foi andando até duas cadeiras acolchoadas que ficavam ao lado da mesinha ao centro da sala.

- Acho que lhe devo explicações. – meu pai começa.

- É, e não são poucas. – digo por fim.

x.x.x.x.x.x.x.x.x

Capítulo reescrito e postado em 16 de julho de 2010
 
Siga para o capítulo 6 >>

3 comentários:

Anônimo disse...

odeio quando tu termina a historia assim... ¬¬
to adorando biibis.:D
mel

Raphaela França disse...

ok, odeio quando tu termina a história assim [2]
vai logo fia!
raph's

Mariana Almeida disse...

ok, odeio quando tu termina a história assim [3]
Fia duma mãi.
Como tu acabou assim???
Tá MUITO legal, Bib, e avisa à Rebecca que, se ela n quiser ou o Mafioso ou o JP, eu quero ;)
beeeeeeeeeeeeeeeijo!

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