Eu me sento e espero pelo entardecer. São momentos como esse em que vemos como é bela a vida. Em que outra hora veríamos o céu laranja? Durante o amanhecer, ele está vermelho, é quando o céu mostra as marcas da noite. Ao entardecer ele se arrepende pelos erros cometidos no dia. Agora está escurecendo, porém ainda é claro, posso ver os últimos raios de sol no horizonte. A noite está chegando, e o dia vai partindo. Porém, ao entardecer, eles param para conversar. Dois opostos convivendo em perfeita união. O entardecer é a hora mágica, é a hora em que renovamos a nossa esperança: por mais escuro que esteja, o sol há de nascer e iluminar meus caminhos, por isso, posso continuar.

Isabella Quaranta

sábado, dezembro 05, 2009

À espera do entardecer - Capítulo 6: Uma história, várias vidas.

Olá a todos os passageiros da nave mãe, essa é uma mensagem datilografada da Terra.
Hahaha, boa maneira de começar a postagem.

Antes do capítulo, algumas confissões:
1- As férias estão me cansando, por mais que eu tenha implorado por esse dia. Agora é uma nova fase, imploro pelo fim da recuperação (mesmo que eu não tenha ficado em nada), assim meus amigos vão poder sair. Sério, eu to dentro de casa o tempo todo, tudo que faço é escrever e ler ( e dormir e comer e usar o computador, mas isso não vem ao caso.)....
2- Eu terminei, depois de muito penar, A Menina que Roubava Livros. Assim, eram duas da manhã, minha avó dormindo do meu lado, eu chorando litros. O livro está cheio de lágrimas. Amei o livro, simplesmente amei! Agora entrei em uma nova área, fui para Tolkien, tentar ler Senhor dos Anéis.... Espero terminar a trilogia até o fim do mês.
3- Eu odiei o final desse capítulo, quase não posto, ta pooooodre!!! Mas se eu não postasse, eu era trucidada. Eu sei.

Então obrigado pela paciência de ler essa cacareca(se é que você leu) e aí está o capítulo fresquinho pra vocês.

Capítulo 6

Em meados do século XVI, quando os reis e rainhas predominavam em toda a Europa e a Igreja Católica era tão rica e poderosa quanto os monarcas, o rei da Inglaterra, Henrique VIII fez o que nenhum outro rei havia feito. Rompeu com a Igreja Católica. Disso você já sabe, afinal, faz parte da história do seu país. O que não é relatado é a história por trás da história. É melhor eu começar devagar, assim você não se confunde.

O poder da Igreja Católica estava incomodando alguns nobres. Com a venda de indulgências e o lucro com partes das terras de alguns nobres, a Igreja já era a maior proprietária de terras da Europa Medieval. Era preciso que a Inglaterra rompesse com a Igreja para assegurar aos nobres seu poder e suas terras, sem interferência da Igreja. Para isso, cinco famílias de grande influência junto ao rei se uniram para conspirar. Jean Patrick, você me parece sonolento. É de extrema importância que preste atenção em tudo que eu digo. Bem, onde eu estava mesmo?! Ah, sim. Após a morte de seu irmão, Artur Tudor, de tuberculose aos 15 anos, Henry, o Duque de York, fica encarregado de continuar o reinado inglês.

Catarina, esposa de Artur, impedida de voltar para a Espanha, pois seu dote ainda não havia sido pago por completo ao rei, era obrigada a permanecer na Inglaterra. Os reis da Espanha exigiram o casamento de Catarina com Henry Tudor. O rei, Henrique VII, aceita a proposta e casa seu filho, de apenas 12 anos, com a jovem. Porém, para que isso acontecesse, era preciso uma dispensa papal. Isso era necessário, pois, segundo o livro de Levítico, “Se um irmão casar com a mulher do irmão, eles não terão filhos.”. O papa concede a anulação e assim, 14 meses após a trágica morte de Artur, Catarina fica noiva de Henry. O casamento só ocorre em 1509, não é preciso saber os motivos agora meu filho; No mesmo ano, Henry e Catarina foram coroados rei e rainha da Inglaterra e Henry passou a se chamar Henrique VIII. Até aí eram tudo flores, porém, em 1510, Catarina fica grávida de seu primeiro filho. A criança não chega a crescer muito na barriga, pois morre. No ano seguinte, Catarina da à luz a uma criança saudável, chamado Henry, mas a tristeza mais uma vez assola os corações dos ingleses. O bebê só viveu um pouco mais de um mês.

Henrique sempre foi um mulherengo. Durante seu casamento ele manteve casos com várias damas de companhia, dentre elas, Maria Bolena. Catarina ficou grávida, pelo menos, umas sete vezes, mas somente uma menina sobreviveu, a princesa Maria. Os ingleses não se mostravam nada contentes em saber que o trono seria dado a uma menina e que ela era parte espanhola. Quando ficou claro que Catarina não poderia mais ter filhos, os conselheiros decidiram agir.

Sabendo da fraqueza do rei, Lorde Paddock, braço direito de Henrique VIII, decide colocar Ana Bolena no caminho do jovem mulherengo. Como era de se esperar, o rei se apaixona loucamente por Ana. Ela fora aconselhada pelos conselheiros reais a só ceder ao rei mediante um casamento entre eles. Quanto mais Ana fugia de Henrique, mas ele se sentia atraído por ela.

- Rogo a Sua Alteza mais fervorosamente a desistir, e para isso a minha resposta em boa parte. Eu preferiria perder a minha vida que a minha honestidade e honra. – dizia Ana ao rei diante de suas propostas indiscretas.

Ana aproveitou-se da paixão de Henrique e disse-lhe que só iria render-se a ele se fosse reconhecida como rainha legítima da Inglaterra. Quando o rei fica sabendo disso, ele pede ajuda de seus cinco amigos e conselheiros, o Lorde Paddock, Lorde Ethelbert, Lorde Keigwin, Lorde Bristow e Lorde Griffith, que o instruem a pedir ao papa a anulação de seu casamento com Catarina. Eles sabiam que o papa iria negar o pedido, devido a sua proximidade com a família Aragão.

A trama estava armada. Era questão de meses para que a Igreja Católica não tivesse mais poder nenhum junto ao rei e sobre as terras da Inglaterra.

Mas os conselheiros não contavam que seriam traídos por um deles. A informação vasa, e a família Aragão tentam impedir que tudo se concretize. Porém era tarde demais. Henrique só tinha olhos para Ana.

Quando foram oficializadas as suspeitas dos lordes, eles instigaram o rei a se casar em segredo com Ana. O rei, cego de amor, casa-se em segredo, mas depois faz isso de forma oficial, em Londres, e expulsa Catarina do castelo. Ela é rebaixada de rainha para Princesa viúva de Gales.

A família de Catarina, nada satisfeita, relatou tudo ao padre Clemente VII, que excomunga Henrique VIII. Em resposta, o Rei, junto aos seus conselheiros, decreta uma série de atos retirando todo o poder da Igreja e transferindo-os para o rei. Dentre eles, o Ato de Supremacia, no qual proclamava o Rei como o único chefe supremo na terra da Igreja e da Inglaterra, e o Ato de Traição, que condenava a morte quem não reconhecesse a autoridade do rei entre outras coisas, como acusar o casamento de Henrique com Ana de ser inválido. Dessa forma, o parlamento validou o casamento de Henrique VIII com Ana Bolena e tornou a filha dele com Catarina ilegítima.

Os de Aragão não ficaram nada satisfeitos diante de tamanha perda. Eles decidem se vingar dos conspiradores, e jogam uma terrível maldição sobre os descendentes das cinco famílias que ajudaram na separação, inclusive a do traidor. A maldição os proibia de sair ao sol, transformando-os em criaturas noturnas. Mas por algum motivo, essa maldição só se manifestava após o decorrer de 780 luas, aproximadamente. O que nos dá 15 anos.

Durante séculos os méridoys, é assim que ficaram conhecidos os descendentes dos 5 lordes, foram perseguidos por bruxaria. Eles tiveram de fugir da Inglaterra após o decreto de 1542, proclamado por Henrique VII, que castigava com a morte qualquer ato de bruxaria. A Inquisição também estava queimando qualquer um acusado de cometer atos de bruxaria, o que obrigou os méridoys a se espalharem pelo mundo. Todas aquelas pessoas que você viu na cúpula da Igreja sofrem do mesmo problema que você e Rebecca. Os descendentes da sua família e das outras sofrem até hoje por causa da ganância de seus antepassados.

JP acalme-se. Eu não me enganei quando falei SUA família. Eu devia ter lhe contado antes, mas a verdade é que eu não sou seu pai biológico. Ele e sua mãe morreram tentando achar uma maneira de reverter à maldição. Você, meu garoto, é descendente do Lorde Paddock, a cabeça por trás de toda a trama. Filho, você é a única esperança que temos de quebrar a maldição, por isso que Demitrios falou que você era importante. Ele sabe que é única chance de voltarem ao normal. Você me entende?!

Vamos, nós precisamos ir. Em sua nova escola você entenderá mais sobre isso. Eles irão explicar tudo a você.

x.x.x.x.x.x.x

Espera aí um minuto. Quer dizer que toda essa confusão que tá acontecendo comigo agora é tudo por causa de poder, dinheiro e terras? Eu não posso acreditar! A que ponto a sociedade daquela época chegou? Será que ninguém pensou como seria o futuro dos descendentes? Que absurdo! Eles deveriam ter contado também as consequências das suas atitudes. Se tudo desse errado como ficaria?! Sempre deve haver um plano B, é o que eu sempre digo.

Essa confusão esta me deixando maluco. Meu pai não é meu pai. Eu sou um méridoy, descendente de um tal de Lorde Pato, ou algo assim. Eu não sei mais o que eu sou. Será que meu nome é Clark Kent e eu não venho de um planeta distante para a Terra após a destruição completa do meu planeta natal? E se eu for um francês? Tá, acho melhor eu parar de pensar nessas coisas. Acho melhor eu relaxar e apreciar a viagem. Paris... Ah, Paris... Odeio essa cidade. Meu único prazer nessa cidade é à noite. Paris durante a noite é belíssima! O glamour, a música, a paixão que exala de todos os lugares daqui me deixa enjoado... Eu só gosto da iluminação e da forma que tudo é tão clássico. Não tem problema, já que eu estou aqui, vou tentar parar de só ver o lado negativo desse lugar e aproveitar a noite. À noite... É assim que eu vou ter de aprender a viver. Esse vai ser meu novo lar. Eu nunca fui muito de sol, mas sempre gostei de andar por Londres em manhãs ensolaradas. Agora eu nunca mais poderei fazer isso sem ver homens olhando para minha bunda. Isso é nojento.

- Filho, - meu pai me chama – desculpa-me não ter lhe falado antes. É que eu tinha medo de você não me aceitar. Sabe? Não gostar de mim porque eu não sou seu pai biológico.

Ele está se sentindo realmente culpado, mas não é por menos, ele mentiu para mim durante toda a minha vida. Só me dói no coração ver aquele homem, que sempre me ajudou desde pequeno, se culpar tanto por algo que foi para o meu “bem”. Quando eu era pequeno, eu tinha medo do escuro e toda vez que eu dormia sozinho eu urinava na cama. Meu pai nunca me condenou por isso, pelo contrário, ele me ajudou a superar meu medo. Toda vez que o incidente do líquido amarelo na cama acontecia, meu pai me ajudava a limpar os lençóis e me contava histórias sobre grandes homens que viveram na Europa Medieval. Eu sei, parece estranho imaginar você dormir ouvindo aulas de história, mas era muito bom e me fez perceber que é no escuro que tudo acontece, sem a noite os guerreiros nunca iriam se recuperar das batalhas e não poderiam lutar no dia seguinte. Mas meus problemas de criança interessam muito menos que meus problemas atuais.

- Tudo bem, pai. Não tem problema, se fosse o contrário eu faria a mesma coisa. Não fique assim – sou um filho exemplar, por isso eu consolo ele.

O carro para. Meu pai desce e eu o acompanho. Estamos em frente a um colégio. Estranho. Esse lugar me parece familiar. Devo estar ficando louco, é a falta de Rebecca, só pode.

- Filho. – meu pai me tira de um mistura de transe com choque. – Aqui é o colégio St. Peter. Eles são muito rigorosos, só aceitam sob indicação. – e deu uma risadinha.

Nesse momento apareceu na frente do colégio o que poderia ser a virgem dos cabelos esvoaçantes dos meus sonhos. Uma ruiva, com grandes e belos olhos azuis, uma pele branca e um corpo que parecia ter sido esculpido na mais branca pedra de mármore. Ela poderia ser a mãe dos meus filhos. Sempre tive uma queda por ruivas.

Acho que vou gostar daqui.

- A partir daqui eu não posso prosseguir. Vou deixá-lo aos cuidados Sra. Amelie Gutenhein (N/A: lê-se Gutenráin) – ele me mostra a virgem dos cabelos esvoaçantes parada na minha frente.

Espera só um minuto. SENHORA Gutenhein? SENHORA?! O meu plano de me casar com ela foi por água a baixo. Ela deve ser casada com um alemão ou um russo, para ter um sobrenome desses.

- Acompanhe-me, Monsieur Jean.

- Pode me chamar de Patrick. – eu dou um sorriso bobo para ela.

- Aparentemente daqui a duas horas deve começar o ritual, você deve estar pronto a tempo. Já escolheu seus protetores? – ela ignora minha tentativa de ser simpático e pergunta secamente.

- Ahn?! Que ritual? Como assim? – agora eu estou completamente confuso.

- Você não sabe de nada? – ela sussurra algo em francês que eu entendo como “Aquele idiota do Pipe, sempre deixa tudo comigo!”, depois ela me sorri e continua – Vamos, vou mostrar-lhe seus aposentos.

Novidade: ninguém me diz nada. Por que será que desde que eu entrei naquele avião minha vida virou de ponta a cabeça? Será que ninguém se importa em me explicar o mínimo o possível?

- Tudo será explicado na hora certa. – ela fala.

Eu a olho com incredulidade. Será que ela pode ler minha mente? Mas se isso for possível ela deve ter visto meus sonhos de casamento e procriação com ela.

- Você pode ler mentes? – eu pergunto, mas acho que ela já sabia que eu ia perguntar.

- Na verdade não, sua cara de confusão e indignação é que lhe dedura, eu sei ler faces. Não é muito difícil, depois eu lhe explico como fazer.

- Ah! – digo aliviado.

O caminho pelo qual nós estamos percorrendo é bastante comprido, tinha muita gente nos corredores, mas logo que viram Amelie foram entrando em seus dormitórios. Por um momento, eu senti medo dela.

Não sei por que tenho de estudar em um colégio francês. Tudo aqui me parece tão normal. Qual diferença faria estudar numa escola normal? Era só eu evitar o sol ou me inscrever como menina. Fácil. Os rostos dessas pessoas. Todos parecem sofrer do mesmo pesar que eu. Todos parecem ter algum ressentimento com alguém que nunca conheceram. E desde quando eu sou bom em ler rostos? Acho melhor esquecer tudo isso.

- Eles têm o mesmo problema com o sol que você, por isso estão aqui. Em uma escola normal, aulas são muito arriscadas. – Uma aula que obrigue você a ir ao sol denunciará todo um segredo de séculos. – ela me disse sem desviar os olhos do caminho. Essa coisa de leitura de olhar ou sei lá o que for é bem interessante. Acho que valerá a pena ter umas aulas com ela.

Eu reparo que estamos indo para o quarto mais afastado do corredor. Ela bate na porta e logo depois entra, sem esperar resposta. Lá dentro já estavam todas as minhas coisas, e mais algumas coisas. Acho que são de outra pessoa.

- Pronto, - ela falou – é aqui que você vai ficar. Logo seu companheiro de quarto chegará, aguarde que eu venho pegar vocês para a iniciação. Agora eu tenho de ter uma conversinha com seu pai. – ela sai resmungando.

Eu me deito na cama. Esse lugar deve ser interessante, acordar de noite e dormir de dia. Nós viveremos como vampiros. Mas eu ainda estou preocupado. Não tive notícias de Rebecca desde de manhã. Em uma hora é meia noite. Em uma hora é meu aniversário. Em uma hora começará o ritual. Por que todas essas coisas acontecem sempre à meia noite? Por que não pode ser no final da tarde, quando ainda tem luz, mesmo sendo mínima? A maçaneta da porta se meche. Não abre. Daqui a pouco um chute faz com que a porta se abra. Eu tomei um susto, quase que repito meus incidentes do líquido amarelo.

- E aí? – diz um garoto não muito alto que entra no meu quarto.

Provavelmente são dele as coisas na cama ao lado.

- Oi. – digo em choque com a “delicadeza” dele.

- Enzo Cesare, felice. – se apresenta o garoto esticando sua mão para mim.

Pelo que entendi, ele é italiano. Tinha de ser. Moreno, de olhos escuros, rosto simpático e, aparentemente, pavio curto.

- Jean Patrick Lasteff. – eu aperto a mão dele. – Italiano?

- ! E você deve ser Inglês? – ele me olha curioso.

- Aham!

- Bom, é muito bom conhecê-lo Jean Patrick. Que nome grande “JEAN PATRICK.”. Tem um jeito menor de falar não?!

- Pode me chamar de JP. – explico

- Tudo bem JP, mas precisamos nos apressar. Em menos de uma hora dois sortudos fazem aniversário e a iniciação, o melhor evento desse lugar, vai começar.

- Bem, daqui à uma hora é o meu aniversário e de uma amiga, Rebecca.

- Ótimo! Mais um motivo para você estar muito bem vestido. – Ele procurava algumas roupas na mala – Na minha iniciação, eu tentei ir nu, mas Amelie me pegou no portão de entrada. Devia ter visto a cara dela, acho que só sobrevivi porque ela não gosta de matar, prefere a tortura.

- Ah, isso é consolador. – sarcasmo, o meu forte. – Faz quanto tempo que você esta aqui?

- Dois anos. Vim pra cá quando tinha 15 anos, assim como você. É sempre assim – ele sorri – é quando a maldição se manifesta. E aí, qual a sua família?

- Ahn?

- De qual dos cinco você descende? Eu sou um descendente de Bristow. E você?

- Ah. Bem, pelo que entendi, eu sou um descendente de Paddock.

- MARAVILHA! Então a festa hoje vai ser de arrasar. Sempre que entra um descendente de Paddock, isso acontece! Não que temos muitos descendentes de Paddock aqui. Os dois últimos que entraram morreram. – ele ri - SE APRESSE JP!

Que jeito ótimo de recepcionar.

- Tá tá. – digo e começo a procurar as roupas que vou usar.

Eu gostei dele, mesmo sendo meio estranho, realmente, gostei. Acho que nos daremos bem.

x.x.x.x.x.x.x.x.x.x

Eu só posso estar ficando louca. Não tem outra explicação. Quer dizer que eu sou adotada? E que eu viro uma velha por causa da ganância de um bando de lordes velhos e loucos? EU MATO ALGUÉM HOJE! É muita informação pra mim, eu não consigo absorver tudo de uma vez. Meu pai, quero dizer, meu pai ADOTIVO disse que o tal do Griffith, meu ancestral sacana, o lorde velho, deixou uma “carta” que explica como quebrar a maldição e devo encontrá-la. A melhor parte é que a tal da carta na verdade é um livro provavelmente encantado que tem vários poemas que com o tempo vão explicar como quebrar a maldição. Temos de achar os ingredientes, ou sei lá o que é preciso, e isso, pode estar em qualquer parte do mundo. AAAAAAAAAAA. Eu acho que vou surtar. Cadê Jean Patrick para me consolar em seus grandes e musculosos braços... Calma, controle-se Rebecca, você pode superar isso sozinha. O mais curioso é que Jenna desapareceu TOTALMENTE. Tô deprimida por um lado. Ela já era parte de mim, sinto um vazio quando olho para baixo e vejo minha pele de bebê. EU QUERO JENNA DE VOOOOLTA (em um tamanho pequeno).

- Filha, - meu “pai” me chama – nós já estamos quase chegando a seu novo colégio.

Colégio. Que ideia genial! As aulas de educação física serão ótimas! Eu, o sol, e shortinhos colados, tudo isso correndo ao redor do pátio vai ficar sexy. Lembrando que eu + sol = velha com pregas.

- Pai. Como eu vou estudar se qualquer mínimo raio de sol me envelhece 60 anos? – será que ele não pensou nisso?

- Eu sei disso filha. Por isso você está indo para um colégio especial, o St. Peter, o colégio que estamos indo, só aceita descendentes dos cinco lordes.

- Ah.

- Você se lembrou de trazer o vestido que eu lhe pedi?

- Aham! Mas pra que eu vou precisar de um vestido de prêt-à-porter em um colégio noturno?

- Para o ritual de iniciação.

Eu o olho como se ele tivesse falado mandarim.

- É um tipo de cerimônia para comemorar seu aniversário e a sua passagem como méridoy.

- Ah! – tudo parece mais claro. – Mas, e se eu não quiser comparecer?

- Claro que você vai comparecer, - ele me olha sério – nem que tenham de lhe arrastar até o salão.

Ok, isso foi estranho.

- Chegamos. – ele sorri abre a porta para mim.

Eu desço. Logo depois meu pai entra no carro e acelera. Eu nunca o vi agindo assim.

- Seu pai e eu não nos entendemos. – diz um homem alto e saradão parado na minha frente.

Acho que morri. É um fato, eu devo ter morrido naquele avião, porque desde então eu só venho conhecendo anjos e deuses.

- Meu nome é Fritzi Gutenhein. E você deve ser Rebecca Griffith, certo?

- Ah, - sinto o pesar de não ouvir o Laurevan. – Sim... Mas pode me chamar de Becca.

- Ótimo. Você deve se apressar, em menos de duas horas começará o ritual. Trouxe roupa adequada?

- Sim.

- Maravilha. Em março houve uma garota que entrou vestida de jeans e camiseta regata por não ter trazido um vestido. Vê se pode!? Uma menina sem vestido na mala.

Fico calada. Particularmente não gosto de vestidos. Não é pelo vestido em si, eu acho minhas pernas muito finas, então tento escondê-las atrás de jeans super frouxos.

- Venha comigo, lhe mostrarei seu quarto.

Eu o acompanho por todo um corredor cheio de garotas. Quando Fritzi passa comigo, elas cochicham, entram em seus quartos, soltam risinhos, e falam rapidamente com ele. Eu vou ser um tipo de alienígena no meio delas. Mas já estou acostumada a ser o oitavo passageiro. Eu vim em paz, é tudo que tenho a declarar. No meio do corredor ele para.

- Chegamos, quarto 360. Suas coisas já estão aí, espero que goste de tudo, e esteja pronta as 11, viremos te buscar.

Quando eu entro no quarto tem uma garota lá dentro: Longos cabelos loiros, olhos claros, corpo de modelo.

- Oi! Meu nome é Michelle Satzvan. – disse a garota sentando-se na cama.

- Rebecca Laurevan. É um prazer.

- O prazer é todo meu, Rebecca. – ela se senta na cama. – Com que roupa você vai hoje? Vai ser uma festança! Você tem de ficar bem bonita.

- Ainda não sei, foi meu pai que escolheu para mim...

- Ihhhh... Seu pai? Querida, eu se fosse você olhava logo o vestido, ainda dá tempo de arranjar outro.

Eu decido abrir as malas. Vou guardando as coisas no armário à medida que vou tirando-as.

- Então, quando será a sua iniciação? Você é nova não?! – ela puxa assunto

- Ah, sou... A minha iniciação será daqui a pouco pra falar a verdade.

- Que ótimo! Mais um motivo para você ficar linda. Já achou o vestido? – aceno negativamente com a cabeça - Então trate de se apressar.

Depois de tirar algumas roupas da mala eu vejo o vestido. Ele era absurdamente lindo.

- Seu pai sabe, realmente, escolher roupa para você. – disse Michele deslumbrada quando viu o vestido.

Ele era um tomara-que-caia longo, azul marinho, com um grande laço na frente, meio franzido no peito. Tinha ficado maravilhoso em mim. Nunca havia me sentido tão elegante, nem no dia da nomeação do meu pai como primeiro-ministro.

-Vá se vestir! – Michelle parece ansiosa para ver como eu ficarei – Vai. Rápido! Eu ainda preciso lhe maquiar. Afinal é seu aniversário.

Uau, o vestido é perfeito. Saio para Michelle vê-lo.

- Inacreditável – diz Michelle – É o vestido mais perfeito que eu já vi desde o meu da iniciação.

- Obrigada. – falo, desconcertada.

- Vamos, apresse-se! Você tem de ficar pronta e estar linda em uma hora, afinal, em menos de 60 minutos você terá de 15 anos.

- Michelle, eu gostaria de saber. Como você fica quando vai para o sol? -

Ela me sorri e entra no banheiro. Fico sem resposta. Estranho.

- Rebecca! – Michelle grita do banheiro – Me chame de Mikki.

- Tudo bem. Então me chame de Becca.

- Ok, já está pronta, Becca?

- Não.

- Então acelere! Daqui a pouco Fritzi virá aqui para pegar você para a iniciação.

- Tá.

x.x.x.x.x.x.x.x

Capítulo reescrito e postado em 16 de julho de 2010

Siga para o capítulo 7 >>

5 comentários:

Anônimo disse...

beem bolado biib's! :D
-mel

Mariana Almeida disse...

Vai ler senhor dos anéis???
LOW, Quero ver!
(sem ofensas, o livro é trabalhoso demais pra ler, mas no final CHOREI LITROS!)
Enfim, vou ler o cap.

Mariana Almeida disse...

Agora, comentários sobre o capítulo:
- Eu ainda te mato, tu tem um talento especial para acabar na parte mais... THAAAAN da história.
- Cadê o sétimo capítulo?
- QUERO VER AS PESSOAS QUE APARECERAM NESSE CAPÍTULOOOO
- Senti falta do MEU padre, do MEU encapuzado e do MEU mafioso, fato.
- Só pelo fato de JP gostar da ruiva, já odeio ela.
- Hm... ia falar algo, mas esqueci.
- A história tá MUITO bem bolada, apesar de que eu fiquei meio sonolenta e me perdi em uma parte que n lembro qual é
- Espero que o comentário esteja satisfaório.
- Não posso te ligar agora, são 10:44 p.m.
- Tô com sono.
- QUERO MEU PADRE!
- Ainda não sei de quem gosto mais: do mafioso, o encapuzado ou o padre.
- Geralmente é do coadjuvante sofredor de cabelos pretos. Apesar de que eu AMO o max e o dustfinger, e os dois são loiros.
- MAX!! DUSTFINGER!! Paguei três reais pra ter um poster imenso de Inkheart no meu quarto pra poder ver ele todo dia *.*
- Eu to em devaneios, acontece quando eu fico com sono
- Quero chocolate!
- Parei. Comentário MUITO grande, mode on.
- Beeeeeeeeeeeijos, vou dormir!!!
- Dando ctrl c nessa budeg... comentário, pra caso eu perder n ter de escrever tuuuuuuuuudo de novo (vai NESSA que eu vou escrever tudo de novo)
- QUERO QUE PASSE A RECUPERAÇÃO TAMBÉM!!! Odeio física, só serve pra atrapalhar.
- Agora eu vou-me, seriamente.
- Beijo.

Mariana Almeida disse...

o comentário acima ficou MUITO grande

Bella Quaranta disse...

obrigada queridinhas pelos comentários. Mariana, eu to escrevendo o capítulo para a sua alegria.

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