Eu me sento e espero pelo entardecer. São momentos como esse em que vemos como é bela a vida. Em que outra hora veríamos o céu laranja? Durante o amanhecer, ele está vermelho, é quando o céu mostra as marcas da noite. Ao entardecer ele se arrepende pelos erros cometidos no dia. Agora está escurecendo, porém ainda é claro, posso ver os últimos raios de sol no horizonte. A noite está chegando, e o dia vai partindo. Porém, ao entardecer, eles param para conversar. Dois opostos convivendo em perfeita união. O entardecer é a hora mágica, é a hora em que renovamos a nossa esperança: por mais escuro que esteja, o sol há de nascer e iluminar meus caminhos, por isso, posso continuar.

Isabella Quaranta

segunda-feira, maio 24, 2010

À Espera do Entardecer - Capítulo 12: Sem volta

Eu disse que ia sair rápido! Eu terminei de escrever com EXATAMENTE um mês de espaço (podem olhar o capítulo passado como saiu dia 24 de abril). Como viram, eu ando trabalhando!

É importante eu comentar algumas coisas antes do capítulo:

  1. Estou de mudança, ou seja, vou ficar um tempo sem aparecer. Só não quando será.
  2. Eu re-re-re-refiz o final. Vocês não perdem por esperar
  3. AINDA tem muuuito o que acontecer, calma, não acaba amanhã.
  4. Eu to escrevendo um fic para uma amiga, o À Espera do Entardecer, o Insanes, tenho trabalhos do colégio, e outras coisinhas. Entoon, me dêem um crédito de tempo.
  5. Sim, o Insanes vai sair, só preciso digitar, mas tenho outras prioridades no momento. Ele virá com o tempo.

Acho que é só isso, aproveitem o capítulo, será bem importante no futuro (ou não).

 

Capítulo 12cap 12 - sem volta

O Destino dos dez já foi traçado

Não há mais como voltar ao passado

À terra natal uma retornará

E no país gelado algo encontrará

Duas semanas de dor, sofrimento, estudo, noite mal dormidas e dias cansativos e tudo que recebemos em troca são quatro versos? É só isso que o Livro da Profecia nos diz? Deve ser alguma brincadeira de tremendo péssimo gosto! Isso apareceu hoje, assim que abrimos o livro para ver se por milagre, havia algo. E adivinha, apareceram quatro versos do nada.

Ércule nos disse que logo apareceria mais – o que eu estou realmente torcendo que aconteça -, tudo vai depender da nossa boa vontade, esforço e merecimento. Ou seja, ele não nos disse nada.

- Agora é oficial, né? – Derek começou a falar e atrai a atenção de todos – Quero dizer, nós estamos oficialmente responsáveis por quebrar a maldição e pelo resultado dessa missão.

- É. – Nathan diz baixo – De agora em diante é por nossa conta.

Ele parecia preocupado com algo. Sinto que não fui o único a perceber isso. Mal as palavras se formaram na minha mente, Rebecca roubou elas do meu pensamento e disse para que todos escutem:

- O que você quer dizer com isso? Nathan, por que você está tão preocupado?

- Eu quero dizer que eles – Nathan fez sinal com a cabeça para a janela em que víamos Demitrios, Ércule e Kristine conversando na sala ao lado - não podem fazer nada por nós, orientar-nos enquanto estivermos aqui será o máximo que podem fazer. Assim que soubermos para onde devemos ir, eles não farão mais nada, fica tudo por nossa conta.

- Mas não é isso que está te preocupando, é? – agora quem perguntou foi Rute.

- Não.

Essas mulheres têm sexto sentido.

- Não, - Nathan repetiu – é algo que está estranho. – ficamos em silêncio esperando Nathan continuar. Odeio essa tensão. – É que na vez anterior que eu fui enviado, não foi assim o início da profecia.

Olhamos para ele inquietos. Não conseguir controlar minha língua, e quebrei o silêncio que estava matando:

- Você quer dizer que a profecia está errada?

- Não, o Livro nunca erra. – sua expressão era de real confusão.

- Então, por que está diferente? – Luke questionou.

- Eu não sei. – Nathan levanta um pouco a voz – Eu não faço ideia, é isso que está me deixando inquieto.

- Olha, - disse Michelle – é melhor nós fazermos algo quanto a essa profecia. Só assim vamos sair do lugar.

Pela primeira vez, aquela anta loira falou algo que prestasse.

- Concordo. – Derek saiu do lugar e pegou o Livro – Então. Quem aqui nasceu em países gelados?

Ele olhou para nós.

- Temos três ingleses – Derek prossegui olhando para Rebecca, Luke e eu –, duas americanas – Zoey e a anta loira (também conhecida como Michelle) –, uma brasileira – Rute –, uma australiana – Miranda –, um italiano – Enzo –, um norueguês – Nathan levanta a vista que até então ainda encarava o chão – e eu, um suíço.

Derek estava escrevendo algo em um papel. Provavelmente, nossos nomes.

- Na profecia, é dito que um retornará à terra natal. Então... – ele risca alguns nomes do papel – Eliminando os países que têm mais de um nascido lá... Sobra Brasil, Austrália, Itália, Noruega e Suíça.

O garoto é bom... Nunca pensaria nisso, por vários motivos, o primeiro deles é simples: Meu cérebro está ocupado demais pensando em como queimar aquele livro assim que tudo isso terminar. Os demais envolvem Rebecca e como ela se distanciou de mim essas últimas semanas. Depois de que houve o “incidente” da festa de iniciação de Luke as coisas não estavam as mil maravilhas entre eu e Rebecca, mas agora, ela nem olha na minha cara. Por outro lado, ela e Enzo andam mais grudados do que nunca. Isso está muito estranho, será que eles estão... juntos?

Antes que eu continuasse a criar minhas teorias sobre Enzo e Rebecca juntinhos, debaixo de uma árvore mãos dadas se beijando, Derek decidiu prosseguir sua linha de raciocino e chegar a uma conclusão.

- Se levarmos em conta “o país gelado” que a profecia cita, podemos eliminar mais alguns locais, sobrando Noruega e Suíça.

Ficamos em silêncio novamente. Logo ele diria algo e chegaríamos à conclusão de que país nós deveríamos ir.

- É isso. Não consigo tirar mais nada dessa profecia. – Derek finalmente diz com um sorriso.

- O QUÊ? – todos, menos Nathan, falamos em uníssono.

- Como assim não tem mais nada? Deve haver algo, uma pista, um caminho, alguma coisa deve estar por aí. – Luke pula da cadeira e fica em pé.

- Não, não há mais nada que eu possa fazer. Retirei o máximo que eu pude. Talvez, quando aparecer mais da profecia, possamos tirar algumas conclusões.

Miranda que até então estava meio calada – afora quando todos nós gritamos com Derek – decidiu dar um ideia.

- Podemos não ter mais informações vindas do Livro, mas estamos no século XXI gente! Pensem comigo: quando queremos achar algo e não temos tempo para procurar em livros para onde recorremos? – antes que qualquer pudesse responder, ela continua – Internet! A partir da profecia chegamos à conclusão de que temos de ir à Suíça ou à Noruega, não é? Pois bem, agora é com a gente. Vamos pesquisar sobre esses países, talvez ajude.

Ele para e pega um mapa mundi.

- Temos duas opções: nos dividimos em grupos de 5, o que eu acho que não será muito útil – além de arriscado, ou pesquisamos sobre os dois países até chegarmos a alguma conclusão. O que acham?

x.x.x.x.x

Depois de chegarmos à conclusão que vamos para a Noruega ou para a Suíça, fomos para nossos quartos, quem sabe dormíamos. Deviam ser sete da manhã, eu conseguia sentir um leve calor emanando do outro lado da janela. Infelizmente, isso (o leve calor) não ajudou nada na minha tentativa de dormir, fiquei a noite toda pensando na profecia.

O Destino dos dez já foi traçado

Não há mais como voltar ao passado

À terra natal uma retornará

E no país gelado algo encontrará

Não consigo compreender como podemos ser os escolhidos se o nosso destino já foi traçado. Isso é confuso demais para mim. Enzo e eu estamos tentando manter em segredo o nosso relacionamento, mas isso fica mais difícil quando Jean Patrick passa o tempo todo olhando pra você, nitidamente atordoado. Quero contar tudo a ele, mas não consigo. Eu me sinto como uma traidora! Preciso dar um jeito de falar tudo. Preciso fazer isso.

- Rebecca? – Michelle sussurra – Você está acordada?

- Não consigo dormir. Algo não está certo. – digo olhando para o teto, meu cérebro está funcionando a mil.

- Nem eu, vou ver o Livro da Profecia, você vem comigo?

- Você é louca? – minha voz não é mais um sussurro, porém não é também audível por outra pessoa fora do cômodo. – Se nos pegam, podemos sair da missão, ou sermos expulsas do colégio.

- Não, não farão nada disso. – ela ri – Se não quer ir eu vou.

Michelle se levanta da cama e parte em direção a porta do quarto, ela segue por ela e some no corredor escuro. Não sei por que estou fazendo isso, mas não posso resistir. Me levanto e corro atrás dela. Eu não devia fazer isso, mas algo me diz pra fazer. ARG! Eu to usando muito “mas”, “porém”, eu tenho de parar de me contradizer! Consigo alcançar Michelle e vou com ela até a sala que guardam o Livro da Profecia.

- Ainda bem que você veio. – ela abre a porta da sala sem a menor dificuldade.

Essas salas não deveriam ter algum tipo de proteção, ou sistema de alarme? A gente não deveria ter de escalar a parede, fazer um furo no vidro usando roupas bem estranhas e depois correr e bater em alguns policiais? Isso é tão normal, tem de ter algo estranho.

Para minha grande e completa surpresa, não tem nada. Quando digo nada, quero dizer que Michelle entrou, sem nem olhar para o chão, subiu as escadas e pegou o Livro da Profecia. Ela voltou e reparou minha cara de total surpresa e choque.

- Só quem tem acesso a essas salas são os escolhidos. Nós temos de ler o livro, por isso, não tem problema vir vê-lo a hora que quiser. – claro, eu podia ter pensado nisso.

- Mas não corre o risco de outros alunos aparecerem por aqui? – pergunto.

- De que importa? Eles não podem saber da missão, mas sabem da condição que vivem, têm de respeitar os horários. Para vir aqui durante o dia, só se for cem por cento humano.

- Entendi. – me senti uma anta agora. Desde quando Michelle sabe de tanta coisa?

Enquanto eu penso que Michelle pode ser um ser extraterrestre que tem um cérebro super desenvolvido, mas está preso no corpo de uma loira terráquea e tem de fazer papel de idiota para passar despercebida, o provável ET abre o livro e lê mais uma vez a profecia.

- O Destino dos dez já foi traçado, não há mais como voltar ao passado. À terra natal uma retornará e no país gelado algo encontrará.

- Eu te disse, nada a mais pareceu! – falo com certo alívio.

- Tem certeza, olhe de novo.

Olho para o livro, e para minha surpresa, palavras novas surgem. Como essas coisas acontecem é que eu não entendo. É meio que na sorte? Como jogar um dado e caírem dois números iguais que você apostou? Eu realmente preciso descansar, estou começando a surtar novamente. Quando as palavras terminaram de aparecer, quatro versos novos estavam diante de nós. A profecia I, como eu e Mikki chamamos essa parte da missão, aparentemente tinha terminado, pois ele meio que dividiu as partes.

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- Vamos mostrar para os outros. – concordo com Michelle com a cabeça - Eu vou acordar Zoey, Rute e Miranda, vá ao alojamento masculino e acorde seu namoradinho Enzo, ele acorda os outros.

Eu tento protestar sobre o comentário do “namoradinho” e dizer que não tenho nada com ele, ou pelo menos tentar evitar que ela espalhe a informação.

- Pode ficar calma, eu já sei de tudo e não vou falar nada para ninguém. – ela fecha o livro e olha para mim – Eu posso não parecer, mas sou confiável.

Ela deixa o livro na mesa e sai em direção ao alojamento feminino. Eu pego o caminho oposto e vou para o quarto de Jean Patrick e Enzo. Dessa vez eu vou ter de encarar os dois de uma vez só. Droga, por que eu não posso ser segura e forte? Eu tenho sempre de ser essa garota quase normal que morre de medo de encarar o namorado e o amigo que já foi afim. ARGH!

Bato na porta deles e espero alguém abrir, como não tenho resposta, continuo batendo. Até que escuto um “Já vou” muito mal humorado. Parece que os dois estavam dormindo como anjos.

- Quem é esse horário? – Jean Patrick abre a porta. Só pode ser brincadeira. Por que ele tem de estar gostoso mesmo quando acaba de acordar? E pior, POR QUE ELE TEM DE DORMIR DE BOXES?

- Er... Desculpe o horário, Jean Patrick, mas eu preciso falar com Enzo e com você. – encaro o chão para evitar olhar para ele, parado divinamente tentador na minha frente.

- Um minuto. – ele diz e fecha a porta.

Aparentemente ele se tocou de que sou eu na porta e como ele estava vestido – tentador – e foi trocar de roupa. Em menos de um minuto Jean Patrick e Enzo aparecem porta afora.

- Becca! – Enzo diz ao me ver – O que te traz aqui essa hora do dia? - Jean Patrick está logo atrás dele e parece querer saber a mesma coisa.

- Venham comigo, parece que a profecia decidiu ajudar mais um pouco. Temos de acordar Luke, Nathan e Derek. Michelle está acordando as meninas, vamos para a sala principal.

Eles me acompanharam em silêncio para acordar os outros e depois fomos, em grupo, para a sala principal.

- Finalmente chegaram – Michelle diz. – Venham ver o que Rebecca achou.

Ela sorri e abre o livro para todos verem. Eu achei? Como assim? Foi tudo ideia dela. Eu faço menção de comentar algo sobre que a ideia foi de Michelle na verdade, mas ela me lança um olhar que nitidamente quer dizer “cala a sua boca”.

- Sério? – Luke diz – Que bom! Talvez possamos avançar algo agora!

- Dá pra alguém ler em voz alta para não precisarmos ficar nos matando aqui pra ver. – Rute reclama.

Eu pego o livro, levo para o sofá e leio para todos ouvirem

- Filha do relâmpago e da memória, a musa te mostrará a história. Em águas ela dorme eterna, no lago próximo a Lucerna.

- Bom, parece que já sabemos para onde ir – Luke comenta.

x—x—x— End Chapter —x—x—x

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